Depressão pós-parto atinge mais de 10% dos pais

As mães não são as únicas que sofrem de depressão pré ou pós-parto: no total, 10,4% dos pais têm o mesmo problema, praticamente o dobro do que é registrado na população de homens em geral, afirma um estudo americano publicado nesta terça-feira (18) pela revista científica Journal of the American Medical Association. Nos Estados Unidos, esse índice é maior, chegando a 14%.

Os pesquisadores descobriram que, se a mãe apresenta sintomas de depressão pós-parto, o homem também apresenta comportamento parecido, o que coloca a criança em risco de desenvolver problemas emocionais, de comportamento e desenvolvimento mais tarde.

Entre os pais, a depressão alcança seu pico entre no período entre três e seis meses após o nascimento do bebê, quando 25,6% deles sofrem um episódio depressivo, diz a pesquisa, realizada por James Paulson, da Eastern Virginia Medical School (EUA).

Apesar disso, as mães apresentam o dobro de risco (24%) de apresentar o problema. Na fase em que o bebê tem entre três e seis meses, o índice chega a 42%. O estudo analisou os dados de pesquisas feitas com 28 mil voluntários.

Shona Vas, professora do Centro Médico da Universidade de Chicago, diz que o estudo coloca em pauta um assunto importante e que nem sempre recebe a atenção que merece.
Por mais que o nascimento de uma criança seja motivo de alegria, é um momento de transições importantes e também de estresse. E é uma mudança que vem com impacto significativo no nosso dia a dia, afetando o sono, cuidados consigo mesmo, exercícios físicos e outros fatores.
Os sintomas da depressão pós-parto masculina, segundo os especialistas, incluem tristeza, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, fadiga, problemas de sono, queda do apetite, sentimento de falta de esperança e irritabilidade. O problema é que esses fatores muitas vezes são mascarados em razão de as pessoas pensarem que isso está acontecendo pela vinda do bebê. Para Vas, é preciso que os pais se preparem com antecedência para isso e conversem com um médico caso sintam alguns desses sintomas.

Fontes: G1, R7