Japão se recusa a diminuir ou encerrar caça científica de baleias

No ano passado, foi divulgada uma pesquisa pelo jornal "Asahi" apontando que sessenta e cinco por cento dos japoneses apóiam a caça às baleias com objetivos "científicos" e 56% se declaram dispostos a comê-las, apesar das críticas à campanha de caça lançada pelo Japão na Antártida.

O caráter "científico" da caça é o argumento das autoridades japonesas para justificar a prática, que burla a moratória internacional imposta à captura comercial desde 1986. Além disso, 56% dos japoneses interrogados se disseram dispostos a comer carne de baleia, contra 26%.

Em sua maioria, os homens de idade são os que mais aprovam a pesca do mamífero e seu consumo, enquanto que as mulheres mais jovens são as que mais se opõem a isso. A pesquisa foi realizada antes da difusão, por parte do governo australiano, de imagens onde se vê como uma baleia e seu filhote são mortos por pescadores japoneses no Antártico, onde a frota japonesa tem intensificado uma campanha de abate de cetáceos.

Foto: France Presse

O Japão afirmou nesta terça (3) que não aceitará nenhuma proposta que possa levar ao fim do seu programa de pesquisa letal com baleias. O presidente da Comissão Internacional da Baleia (CIB), William Hogarth, propôs que o país diminua ou encerre sua caça ao mamífero no oceano Antártico nos próximos cinco anos.

Em troca, algumas cidades japonesas com tradição baleeira poderiam capturar um número limitado de baleias minke em águas costeiras, de acordo com o site da CIB. A proposta seria a base do encontro anual da comissão, que acontecerá em junho, em Portugal.

O ministro de Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou que Tóquio "não poderá aceitar qualquer proposta que proíba o Japão de continuar com sua caça de baleias para fins de pesquisa". O país captura 800 animais por ano em águas da Antártida e do Pacífico Norte. Críticos da prática afirmam que se trata de caça comercial disfarçada sob pretensões científicas, já que a carne obtida acaba parando na mesa dos japoneses.

Fonte: G1