Brasileiros precisam beber mais leite, alertam especialistas

O leite de animais domesticados forma parte da alimentação humana adulta na maioria das civilizações: de vaca, principalmente, mas também de ovelha, cabra, égua, camela, etc. O homem é o único animal que continua a tomar leite depois de adulto.

O leite é a base de numerosos laticínios, como a manteiga, o queijo, o iogurte, entre outros. É muito frequente o uso de derivados do leite nas indústrias alimentícias, químicas e farmacêuticas, em produtos como o leite condensado, leite em pó, soro de leite, caseína ou lactose.

Apesar de tantos aspectos benéficos conhecidos desse alimento, nutricionistas afirmam que a dieta dos brasileiros deixa a desejar com relação ao consumo diário de cálcio. E diversos estudos apontam para uma grande deficiência na ingestão do nutriente, potencializada pelo não cumprimento das recomendações sobre lácteos do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006 pelo Ministério da Saúde.

Valéria Bargela, do Departamento de Nutrição do Colégio Faria Brito, em São Paulo, explica:
No Brasil, consome-se uma quantidade de cálcio três vezes abaixo da quantidade diária recomendada internacionalmente
O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda a ingestão diária de três copos de leite ao dia, já que esse ingrediente é a melhor fonte natural de cálcio. O consumo regular ajuda na formação e na manutenção da estrutura dos ossos, evitando doenças como a osteoporose, o câncer e a obesidade.

No corpo, o cálcio fica nos ossos ou vai para corrente sanguínea, sendo utilizado em processos do metabolismo, como contração ou relaxamento dos músculos. De acordo com o Guia, o valor recomendado para o consumo diário de cálcio varia conforme a idade e as fases da vida. Até os 30 anos, há formação óssea do corpo; até os 50 anos, há um equilíbrio entre manter e ganhar massa óssea; enquanto, depois dos 50, perde-se mais do que se mantém.

Um estudo da pesquisadora Mariana Danelon, da USP de Piracicaba, realizado em escolas públicas municipais e estaduais de Campinas, incluindo 300 adolescentes de dez a 14 anos, aponta que 90% deles têm deficiência de cálcio na dieta. E o preocupante é que, nessa fase, até o final da adolescência, é estocado mais de 90% de todo o cálcio usado ao longo da vida. Segundo a especialista:
A falta de cálcio na alimentação dos jovens é uma realidade que também retrata a situação de muitas cidades brasileiras. Normalmente, na infância e adolescência, a ingestão diária de cálcio deve ser de 1300 mg, quando o cálcio fica no osso. Já na vida adulta, de mil a 1200 mg. Infelizmente, a realidade brasileira é de, em média, 700 mg, comprometendo a saúde e possibilitando a propagação de importantes doenças originárias dessa insuficiência.


Fonte: Boa Saúde, Wikipedia